Reforma do Papa Francisco

no rito do lava-pés da Quinta-feira santa


No dia 20 de dezembro de 2014, o Papa Francisco escreveu ao cardeal R. Sarah[1] , prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, comunicando, como já tinha feito anteriormente de forma verbal, que, depois de “atenta ponderação”, tinha chegado à decisão de dispor a modificação da rubrica do Missal Romano relativa ao lava-pés durante a missa da Quinta-Feira Santa in Coena Domini, estabelecendo que a participação no rito não seja limitada somente aos homens e rapazes.

O Papa sublinhou ainda, na referida carta autógrafo, que a intenção é a de “melhorar a modalidade de atuação” do mandato de Jesus e de ressaltar a significação da sua caridade que não conhece confins (limites), mas que sabe amar “até o fim” (cf. Jo 13,1) para a salvação do mundo. O Papa indicou ainda que ficasse à competência dos Pastores da igreja a escolha dos participantes ao rito, que de agora em diante serão escolhidos “entre todos os membros do povo de Deus”, recomendando que aos escolhidos seja fornecida uma adequada catequese/explicação do significado do rito.

O Papa conclui agradecendo o “precioso serviço” que o Dicastério tem prestado à Igreja e assegurando a sua oração pessoal pelo Cardeal, o seu Secretário e todos os colaboradores e, dada a proximidade do Natal, fazendo os melhores votos de Santo Natal. Conclui enviando “a cada um” a sua Bênção Apostólica.

O Decreto da Congregação para Culto Divino, foi promulgado, porém, somente na Solenidade da Epifania, no dia 6 de janeiro de 2016, a mais de um ano da supracitada carta autógrafo.

Eis o texto do decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos:

CONGREGATIO DE CULTU DIVINO ET DISCIPLINA SACRAMENTORUM
DECRETUM
In Missa in Cena Domini

In Missa in Cena Domini, post lectionem Evangelii secundum Ioannem, ad humilitatem et caritatem Christi erga discipulos suos quasi scaenice demonstrandam, instauratio Hebdomadae sanctae, decreto Maxima Redemptionis nostrae mysteria (die 30 Novembris 1955), dedit facultatem, ubi ratio pastoralis id suadebatur, lotionem pedum agendi duodecim virorum.

Qui ritus, in liturgia romana, traditus fuerat nomine Mandatum Domini de caritate fraterna ex Iesu verbis (cfr Io 13, 34), quae Antiphona in celebratione resonabant.

Episcopi et presbyteri hoc ritu agentes intime invitantur ad sese conformandum Christo qui «non venit ministrari sed ministrare» (Mt 20, 28) et, caritate «in finem» (Io 13, 1) compulsus, vitam dare pro totius generis humani salute.

Ut participantibus haec plena significatio ritus exprimatur bonum visum est Summo Pontifici Francisco normam variare quae in rubricis Missalis Romani (p. 300 n. 11) legitur: «Viri selecti deducuntur a ministris…», quae idcirco sequenti modo mutari debet: «Qui selecti sunt ex populo Dei deducuntur a ministris…» (et consequenter in Caeremoniali Episcoporum n. 301 et n. 299 b: «sedes pro designatis»), ita ut pastores seligere possint parvum fidelium coetum ad repraesentandam varietatem et unitatem uniuscuiusque portionis populi Dei. Qui coetus constare potest ex viris et mulieribus, et convenienter ex iuvenibus et senibus, sanis et aegrotis, clericis, consecratis, laicis.

Quam innovationem haec Congregatio de Cultu Divino et Disciplina Sacramentorum, vigore facultatum a Summo Pontifice tributarum, in libris liturgicis Ritus Romani inducit, pastores admonens de proprio munere instituendi, apta manuductione, sive fideles qui seliguntur, sive alios ut ritui participent scienter, actuose et fructuose.

Contrariis quibuslibet minime obstantibus.

Ex aedibus Congregationis de Cultu Divino et Disciplina Sacramentorum, die 6 mensis Ianuarii anno 2016, in sollemnitate Epiphaniae Domini.

Robertus Card. Sarah Praefectus
+ Arturus Roche Archiepiscopus a Secretis

CONGRAGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS
DECRETO
In Missa in Cena Domini

A reforma da Semana santa, com o decreto Maxima Redemptionis nostrae mysteria (30 de Novembro de 1955), conferiu a faculdade, onde o aconselhava um motivo pastoral, de realizar o lava-pés a doze homens durante a Missa na ceia do Senhor, depois da leitura do Evangelho segundo João, como que a manifestar representativamente a humildade e o amor de Cristo pelos seus discípulos.

Na liturgia romana, tal rito foi transmitido com o nome de Mandatum do Senhor sobre a caridade fraterna segundo as palavras de Jesus (cf. Jo 13, 34), cantadas na Antífona durante a celebração. Ao realizar tal rito, Bispos e sacerdotes são convidados a conformar-se intimamente com Cristo que «não veio para ser servido mas para servir» (Mt 20, 28) e, impelido por um amor «até ao fim» (Jo 13, 1), dar a vida para a salvação de todo o género humano.

Para manifestar este significado pleno do rito a quantos nele participam, o Sumo Pontífice Francisco houve por bem mudar a norma que se lê nas rubricas do Missale Romanum (p. 300 n. 11): «Os homens escolhidos são acompanhados pelos ministros…», que portanto deve ser modificada do seguinte modo: «Os escolhidos entre o povo de Deus são acompanhados pelos ministros…» (e consequentemente no Caeremoniale Episcoporum nn. 301 e 299b: «as cadeiras para os designados»), de maneira que os pastores possam escolher um grupo de fiéis que representem a variedade e a unidade de cada porção do povo de Deus. Tal grupo pode ser composto por homens e mulheres e, convenientemente, jovens e idosos, sadios e doentes, clérigos, consagrados, leigos.

Esta Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, em virtude das faculdades concedidas pelo Sumo Pontífice, introduz tal inovação nos livros litúrgicos do Rito Romano, recordando aos pastores a sua tarefa de instruir devidamente tanto os fiéis escolhidos como os demais, a fim de que participem no rito consciente, ativa e frutuosamente.

Não obstante qualquer coisa em contrário.

Da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, 6 de Janeiro de 2016, solenidade da Epifania do Senhor.

Robert Card. Sarah Prefetto
+ Arthur Roche Arcivescovo Segretario

Alguns dados históricos sobre o “Lava-pés”

O rito litúrgico do lava-pés provavelmente seja de proveniência gerosolimitana. Como se sabe, era uma das características da liturgia da Cidade Santa ligar os ritos dos relatos evangélicos às datas e aos lugares indicados, contextualizando, no sentido histórico, a repetição ritual dos episódios do Evangelho[2] . Na Igreja de Santo Ambrósio, durante séculos foi celebrado durante a liturgia batismal da vigília pascal[3] , e na Baixa Idade Média entrou no Ordo Monástico[4] (e é ainda hoje presente no Rito da Vestição Monástica). Na liturgia romana entrou somente no segundo milênio e é testemunhado pela primeira vez pelo Pontificale Romano-Germanico Romanum (PRG, XCIX, 287-294)[5] do século X e desse àquele do XII século[6] .

Segundo atesta o PR-G, o rito acontecia na tarde da Quinta-feira Santa, depois das Vésperas.

PR-G

Ad vesperum in cena domini…
Lecto evangelio, dicat episcopus hanc orationem: Deus cuius cenam, ut supra. Data oratione, episcopus ponat vestimenta sua et precinctus linteo, preparet se ad lavandos pedes discipulorum suorum. Et primum, incipiente pontifice, mutuatim pedes lavent
et distergant, canentes antiphona: Mandatum novum

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PR XII séc.

XXX c. [Ordo in feria quinta maioris hebdomadae.]

20. In ecclesia vero romana, cantata communione praenotata Dominus Iesus, romanus pontifex solemniter perficit missam. Et postea indutus cum cardinalibus ascendit ad capellam suam, ubi, dum ipse lavat pedes duodecim subdiaconorum, capellani sui eantant praedictos psalmos et antiphonas ad vesperam. Post quos ipse pontifex dicit hanc orationem: Respice, domine, super hamc familiam.

Somente no século XIII o rito passou a ser celebrado pelo Papa de forma abreviada, como testemunham os livros Secundum Consuetudinem Romane Curie do século XIII[7] e o Pontifical de Guilherme Durando[8].

 

PR XIII séc.

XLII. Incipit ordo romanus qualiter agendum sit quinta feria in cena domini. Statio ad sanctum Iohannem ad lateranum

31. Missa igitur sollempniter peracta, indutus pontifex  ascendit  palatium, comitantibus eum tam episcopis quam presbiteris et diaconibus, omnibus paratis secundum ordinem suum. Pontifex vero ingreditur basilicam sancti Laurentii (de palatio, vel capellam sancti Martini, si est ad sanctum Petrum), et sine planeta residens in sede facit mandatum duodecim subdiaconis.

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PGD

II. Ordo in quinta feria cene domini

98. Quarto loco in hac die pedes lavantur. Hora enim  vespertina, tabula percutitur, vel cornatur et pontifex, cum canonicis et clericis capitulum intrans incipit lavare pedes canonicis precipue in dignitatibus constitutis. Quo facto, maior persona ipsius capituli lavat pedes episcopi. Et interim scola cantat antiphonam Mandatum novum do vobis, et alias solitas.

Dessa forma o rito entrou no Missale Romanum (MR) de 1570, estendendo-se à toda a Igreja de Rito Latino. No MR de 1570, editio princeps, o rito era celebrado à tarde, fora da missa, depois do desnudamento do altar, conforme previa a rubrica[9]:

Post denudationem altarium, hora competenti, facto signo cum tabula, conveniunt clerici ad faciendum mandatum. Maior abluit pedes minoribus: tergit  et osculatur….

De tal rito participava única e exclusivamente o clero, então se configurava como um rito tipicamente de caráter clerical.

A reforma do Triduo Sacro, promovida pelo Papa Pio XII no ano de 1955[10], inseriu o rito do Lava-Pés no contexto da Missa in Caena Domini, imediatamente depois da homilia.

A rubrica da reforma piana, no referente aos participantes do rito, baseava-se sobre a dimensão mimética, ou seja, doze homens (duocim viros selectos) saindo, todavia, do âmbito estreitamente clerical. Testemunha também o MR de 1962[11].

 

DE LOTIONE PEDUM

15. Post homiliam proceditur, ubi ratio pastoralis id suadeat, ad lotionem pedum.

16. In medio presbyterii, vel in ipsa aula ecclesiae, parata sint sedilia hinc inde pro duodecim viris, quorum lavabuntur pedes; cetera quae occurrunt, tempore opportuno, in mensula parentur.

17. Interim diaconus et subdiaconus, seu duo maiores ex ministrantibus, inducunt duodecim viros selectos, binos et binos, ad locum paratum, dum schola vel ipse clerus assistens incipit, cantando vel recitando, antiphonas, psalmos et versus infrascriptos. Duodecim autem viri selecti, facta reverentia altari ac celebranti, in presbyterio sedenti…

Com a publicação do MR de 1970 (1975, 2000-2008)[12], fruto da restauração litúrgica de Paulo VI, chamada também Vaticana ou paulina, a rubrica piana sofreu uma ligeira transformação, baseando-se não mais sobre a mimese, mas sobre o dado teológico, especialmente pela emolduração da ação ritual com o hino Ubi charitas. A rubrica paulina não faz mais referência ao número (12), mas somente ao sexo: viri selecti. O Missal Vaticano, em continuidade com a reforma piana, não sublinha a dimensão mimética do rito, mas privilegia o seu aspecto teológico.

11. Viri selecti deducuntur a ministris ad sedilia loco apto parata. Tunc sacerdos (deposita, si necesse sit, casula) accedit ad singulos, eisque fundit aquam super pedes et abstergit, adiuvantibus ministris.

A atual decisão do Papa Francisco, de admitir a participação indistinta neste rito, é em linha de continuidade com a doutrina do magistério contemporâneo da Igreja (cf. GS 9; EG 103-104) e com a sua legislação canônica (CIC 230 § 2). A rubrica nas novas impressões do MR serão as palavras textuais do Papa Francisco

Qui selecti sunt ex populo Dei deducuntur a ministris…

Além do MR também o Coerimoniale Episcoporum, obviamente, passará pela devida correção.

 

Conclusão

O liturgista Matias Augé recorda, porém, que a rubrica é genérica e que, em respeito às diversas culturas, especialmente àquelas nas quais seria escandaloso lavar os pés de uma mulher em público, não constitui uma obrigação de ter sempre mulheres participando do rito. O discernimento é da competência dos pastores locais (Bispos)[13].

Ainda convém salientar que o rito do Lava-Pés é sempre ad libitum e celebra-se onde a coerência pastoral o permitir, segundo a rubrica do MR:

Completa homilia proceditur, ubi ratio pastoralis id suadeat, ad lotionem pedum.

 

Dom Jerônimo Pereira Silva, OSB.
Doutor em Sagrada Liturgia.
Membro do Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard.

 


[1] Disponível em:  http://w2.vatican.va/content/francesco/it/events/event.dir.html/content/vaticanevents/it/2016/1/21/lavandapiedi.html. Acesso em: 16 fev.18.
[2] S. Marsili «Il ‘Triduo sacro’ e il ‘Giovedì santo’», RL 55 (1968) 21-37; P. F. Beatrice, La lavanda dei piedi Contributo alla storia delle antiche liturgie cristiane. Roma: CLV-Ed. Liturgiche, 1983.
[3] Na liturgia da Igreja antiga, o gesto do lava-pés seguia o batismo, mas logo foi abandonado por muitas Igrejas. Santo Ambrósio (De Sacramentis, 3,5) fala extensivamente, dando todos os elementos da crítica e do desenvolvimento do rito. Santo Ambrósio cumpria o rito do Lava-Pés, não na Quinta-Feira Santa, mas na noite da Páscoa, e os sujeitos do rito eram os novos batizados, os mais jovens, os últimos que tinham entrado na Igreja. Em Milão, durante a Idade Média, no entanto, o costume de lavar os pés na Vigília Pascal foi preservado. Santo Agostinho não seguiu o uso da Igreja de Milão, e em uma de suas cartas (Epistola LV, 18,33. In: CSEL 34,11, p. 207-208) afirma que o Lava-Pés não deve ter um relacionamento com o Batismo, e parece aconselhá-lo para a Quinta-feira Santa; na realidade, a indicação não é muito clara. Alguns estudiosos entendem que o bispo africano faça referência à Sexta-feira Santa. (Cf. «La lavanda dei piedi», Enciclopedia Cattolica, VII, Ente per l’Enciclopedia Cattolica e per il Libro Cattolico. Città del Vaticano, 1951). Ainda hoje, na liturgia ambrosiana, este rito é completamente separado da missa infra vesperas (a missa Coena Domini do Rito Romano) e tem caráter paralitúrgico, isto é, pode ser feito antes ou depois da celebração eucarística, assim como pode ser simplesmente omitido. Enquanto o celebrante lava os pés de doze pessoas (geralmente doze crianças ou doze anciões), a assembleia canta de modo responsorial parte do Salmo 118 e o rito termina com uma oração de encerramento. Cf. M. Navoni, La Settimana Santa Ambrosiana. Storia e spiritualità. Milano: Centro Ambrosiano, 2013; Norberto Valli, Il triduo pasquale ambrosiano. Roma: CLV – Edizioni Liturgiche, 2016.
[4] «O Abade lave, bem assim como toda a comunidade, os pés de todos os hóspedes; depois de lavá-los, digam o versículo: “Recebemos, Senhor, vossa misericórdia no meio de vosso templo”» (RB, 53).
[5] Le Pontifical Romano-Germanique du dixième siècle, II, Le texte, C. Vogel; R. Elze (Ed.). Città del Vaticano: BAV, 1963, 77-79.
[6] Le pontifical romain au moyen-âge, I: Le pontifical Romain au XIIe siècle. M. Andrieu (Ed.). Città del Vaticano: BAV, 1940, 233.
[7] Le pontifical romain au moyen-âge, II: Le pontifical de la Curie Romaine au XIIIe siècle. M. Andrieu (Ed.). Città del Vaticano: BAV, 1940 , 463-464.
[8] Le pontifical romain au moyen-âge, III: Le pontifical de Gulliaume Durand, (StT 88). M. Andrieu (Ed.). Città del Vaticano: BAV, 1940,  581.
[9] Missale Romanum. Editio princeps (1570). M. Sodi; A. M. Triacca (Ed.). Città del Vaticano: LEV, 1998.
[10] Os principais atos da reforma piana: em 1947 permitiu os primeiros rituais bilíngues. No dia 28 de outubro de 1949 instituiu uma comissão para a reforma litúrgica geral (cf. E. Cattaneo. Il culto cristiano in Occidente, note storiche. 3. ed. Roma: CLV, 2003, p. 511). Modificou as regras do jejum eucarístico (1953-1957) (Const. Apost. Christus Dominus, 6 de janeiro de 1953, [AAS 45] 15-24). Permitiu a celebração de missas vespertinas (1955) e simplificou as rubricas que diziam respeito ao calendário e ao Breviário (1955). (Cf. Monitum S. Oficii de 22 de março de 1955, [AAS 47] 218-224) do qual pretendia fazer uma profunda reforma (Memoria sulla riforma liturgica. Consultazione dell’episcopato intorno alla riforma del Breviario romano (1956/1957). Risultati e deduzioni.  Sacra Congregazione dei Riti (Ed.). Città del Vaticano, 1957). Para o tema é de fundamental importância a obra de C. Braga, La riforma liturgica di Pio XII. Documenti. I. La «memoria sulla riforma liturgica». Roma: CLV, 2003.
[11] Missale Romanum. Editio typica (1962). Edizione anastatica e Introduzione. M. Sodi; A. Toniolo (Ed.).Città del Vaticano: LEV, 2007.
[12] Missale Romanum ex decreto Sacrosancti Oecumenici Concilii Vaticani II instauratum auctoritate Pauli PP. VI promulgatum Ioannis Pauli PP. II cura recogitum, editio typica tertia. 3. ed. Città del Vaticano: Typis Vaticanis, 2008.
[13] Disponível em:  http://liturgia-opus-trinitatis.over-blog.it/?utm_source=_ob_email&utm_medium=_ob_notification&utm_campaign=_ob_pushmail. Acesso em: 15 fev. 2018.